Calvário e a Cruz- Livro

Esgotado

Escrever é um acto solitário (excêntrico, talvez): todos sabemos. O autor na sua poltrona de criação ar tística cria imagens, sentidos, visões e faz uma desconstrução da palavra para exorcizar fantasmas individuais que podem ou não ser do seu tempo e meio.

Jeconias Mucumbe toma este apanágio da arte de escrever e o interioriza como quem deu ouvidos aos apelos de Nicanor Parra no seu poema “cartas do poeta que dorme numa cadeira” em que é possível ler :

“Jovens

Escrevam o que quiserem

No estilo que acharem melhor

Já correu sangue demais por baixo das pontes

Para continuar acreditando – acredito

Que só se pode seguir um caminho:

Em poesia tudo é per mitido.”

É esta apropriação de “tudo” que Jeconias Mocumbe faz na sua nova proposta literária intitulada “Calvário e a cruz – antologia híbrida”. Diga-se, contudo, que a leitura que Heribelto Yépez faz do contributo de Par ra na literatura chilena (e não só) segundo a qual “através deste poeta, osar rafo para algo ser considerado poesia ficou mais baixo”não se aplica na escrita de Mocumbe porque há neste últimouma exploração da imagem até a exaustão e uma metaforizaçãoalgo surreal que voltaremos a fazer menção nas próximaslinhas.

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